primícias poéticas: vão-se os acessórios, a Poesia fica

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quinta-feira, maio 22, 2008

vão-se os acessórios, a Poesia fica


os óculos de Drummond,
foram furtados por quem?
alguém que queria o dom
de poder olhar além?

furtam um, furtam dois, três,
podem até furtar cem,
mas não será desta vez
que eles hão de ver tão bem.

o sentimento do mundo,
nem na armação, nem na lente,
está no viver profundo,
com o olhar bem lá na frente.

eis que vão-se os acessórios,
mas a Poesia fica.
dentre os feitos mais notórios,
só o amor nos edifica.

de bronze, de prata ou de ouro,
toda estátua um dia cai.
mas o amor, este tesouro,
ninguém jamais o subtrai.



foto: por Ricardo Leoni
vide verso:
matéria sobre o furto dos óculos

da lapela de octavio roggiero neto às 10:38 PM

2 Comentários
Blogger Dauri Batisti disse:

Meu caro Octavio Roggiero Neto,

é sempre muito bom vir aqui e ler coisas tão bonitas, singelas como esse poema sobre os óculos da estátua do Drumond. Valeu filho.

3:04 PM  
Blogger Remo Saraiva disse:

Genial, Octávio, simplesmente GE-NI-AL!!!
Abração,
REMO.

1:41 PM  

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