primícias poéticas: ela

primícias poéticas


sexta-feira, abril 25, 2008

ela

ela, um dia, quem me dera...
ela, quimera que miro
ela, miragem e espera
ela, profundo suspiro

ela passa, o mundo pára
ela, meu poro transpira
ela, o coração dispara
ela severa se vira

ela deveras venero
ela milagre me opera
ela, na lira que esmero
ela, que tudo supera

ela, só ela que quero
ela hora dessas me pira
ela, meu amor sincero
ela, verdade ou mentira?

ela vai fundo, viscera
ela-fera me devora
ela-puta não libera
ela, caixa de pandora

ela, que nunca tem hora
ela, outra era, ano zero
ela, que não se demora
ela, talvez lero-lero

ela, quanta gostosura!
ela se escora no muro
ela me encara e perjura
ela me deixa em apuro

ela é tara, ela é fissura
ela, pantera no escuro
ela me fere e me fura
ela me pega no duro

ela, meu medo de altura
ela me faz miniatura
ela, sarada, me cura
ela, que é minha frescura

ela, umas vezes ternura
ela outras vezes megera
ela, que ora não me atura
ela, de regra, me altera

ela, que é paz feita de ira
ela, a paz que desespera
ela agora se retira
ela sempre se reitera

da lapela de octavio roggiero neto às 12:23 AM

1 Comentários
Blogger Angélica Juns disse:

lindo, lindo, lindo!

passando pra ver as novas..e qtas novas, hein!

Continue a lutar pra que a imortalidade da poesia não faça necessário que o poeta morra pra que ela chegue aos corações, para que possa gozar do retorno das maravilhas que produz e levar pra terra o cansaço satisfeito.

Abço

7:13 PM  

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