o Jardim

quero estar no Jardim,
onde um olhar de criança
num instante é percebido
no semblante mais franzido,
onde o verde é mais verde
que a esperança

e o dia não tem fim.

Jardim da nudez primeira,
sem folhas de figueira
que nos sirvam de tapume;
apenas o perfume colorido
da primavera em flor,
o som alegre das árvores
que cantam passarinhos
e a brisa que as acenam
pelos caminhos.

quero estar no Jardim,
correr ao encontro de Deus
ao ouvir os passos seus.

asas à imaginação (sonhando alto)

faça o seu olhar sua ave,

permita-se o vôo ousado:

vai, seja livre e suave

em seu sonho mais alado!

v

o mais verde passarinho,
uma esperança que adeja.
lá que ele fará seu ninho:
dentro de teus olhos, veja...

passarinho

o sol que entra de mansinho,
o prisma que gira ao vento...
no meu canto, passarinho:
que linda é a manhã, que alento!

ultraleve

para J. F. de Souza

que nos ultraleve os ventos

para caminhos tão plenos,

onde os nossos pensamentos,

por demais, sejam amenos.